About a Dream – Kitten Message

(Apesar do título em inglês, a postagem é em português… Até eu resolver mudar)

Aqui na rua tem um gato, não como na rua da casa que eu morava antes, que tinham vários gatos. Aqui os vários gatos ficam dentro das casas das pessoas, e um único gato está na rua, e chamamos ele de “Street Cat”. Não da simplesmente para adota-lo, já somos 2 humanos desempregados e 5 gatos. A vizinha da frente tem 3, e pelo menos mais 4 casas na rua tem mais de um gato também. Minha sogra pensa em alimenta-lo, mas ela não quer adota-lo oficialmente, porque… hum… porque não. E estávamos conversando sobre ele hoje na hora do almoço e tudo mais e obviamente depois de uma pança cheia, veio a hora do soninho.

Acabei que sonhei com um gato de rua. Primeiro era o Street Cat, depois ele foi embora e veio um outro gato, um lindo filhotinho Marrom, Branco e ROSA! No sonho, ele não era arisco, as pessoas passavam por ele, lhe davam atenção e carinho, mas ele continuava na rua, entre a minha casa, da minha sogra (somos vizinhos) e da vizinha da frente, que além de 4 gatos ainda tem 2 cachorros (um macho e outra fêmea). Em um determinado momento, os cachorros da vizinha cercaram o filhote, mas não para brigar, estavam tentando fazer xixí nele, como que para marcar o território, mas ele não deixou, então eu consegui pegar o gato e ir pra casa da minha sogra, já que estávamos conversando sobre ela adotar um gato de rua.

Na casa dela ele ficou bem a vontade, embora todo o sonho tenha ocorrido com o gato na garagem dela, e a única pessoa dentro da casa era a Lórien. Primeiro eu verifiquei se o tom de rosa na pelagem não era tinta, o que não era, ou pelo menos no sonho eu me certifiquei e tive a certeza de não ser. Depois eu verifiquei se era macho ou fêmea, era um macho, tinha sido castrado recentemente, pois ainda estava com o fio cirúrgico fechando o ponto no saco. Mas tinha um outro ponto cirúrgico na barriga dele que eu não descobri o que era, era apenas um ponto, na altura das costelas, perto de um dos úberes.

Depois de brincar com o gato e verificar todas essas coisas, a Lórien apontou para o meu pé e disse: “Toma cuidado Chronos, seus pés estão cheios de pulgas”. E na verdade não eram só pulgas, mas pupas, ovos, larvas e todo o conjunto. Num ser humano isso não faz nada, mas pra quem tem 5 gatos em casa, isso é basicamente caso para passar por uma descontaminação radioativa. Não nos desesperamos, para um gato de rua, vir com pulgas é a coisa mais normal do mundo. Todos os nossos vieram da rua e tivemos que aplicar anti-pulgas em todos eles, mais de uma vez.

Eu ainda estava sonhando quando me dei conta de que aquilo era uma mensagem. Vamos dizer que a ficha caiu tão rápido que não deu tempo nem sequer de acordar. Alguma divindade bacanuda estava tentando me avisar de alguma coisa, que agora eu preciso quebrar um pouco a cabeça para decifrar o enigma, porque sempre vem em enigmas. O filhote de felino, que embora fosse cor de rosa (ein???) inicialmente era feliz, alegre e saudável, já estava castrado o que era um problema a menos, tinha sido abandonado e com uma incisão a mais do que deveria num lugar suspeito, e ainda estava com pulgas, uma coisa que da noite pro dia se alastra descontroladamente.

Vamos esperar para ver…

Sabe quando…?

Sabe quando todo o mundo confia que uma pessoa é capaz de uma determinada coisa, menos ela? Sabe quando todo o mundo sabe que a pessoa pode fazer o certo, mas ela prefere fazer o errado?

Sabe quando todo o mundo viu que uma coisa vai dar merda, uma merda daquelas bem fedidas, menos o ser humano imbecil que está executando a bendita coisa? Sabe quando todo o mundo está vendo que vai dar merda, e ninguém fala porque não tem coragem? Sabe quando todo o mundo fala prá pessoa em questão que vai dar a dita merda, e a pessoa em questão não escuta ninguém e continua fazendo?

Sabe quando a pessoa erra uma vez, e, não contente, fica repetindo o erro em moto perpétuo? Sabe quando o comportamento mencionado nesse parágrafo se associa ao comportamento dois dois parágrafos anteriores?

Sabe quando a pessoa não percebe o erro? Sabe quando a pessoa percebe o erro, mas ainda assim persiste nele? Sabe quando a pessoa percebe o erro, fala que vai fazer direitinho da próxima vez, e erra na mesma coisa? Sabe quando a pessoa odeia aquele erro, mas não sabe como evitá-lo?

Sabe quando a pessoa pede ajuda, mas não está disposta a ser ajudado? Sabe quando a pessoa pede conselho, mas não consegue nem ouvir o conselho até o final? Sabe quando a pessoa só vê, ouve ou entende o que lhe convém?

Eu sei. Todos sabemos. Mas essas situações continuam reais.

Para encontrar a resposta que você procura…

você PRECISA saber a pergunta.

Ok, isso pode parecer besta, tão besta que pode ser ridículo em algumas situações. Você, se for um pouco mais nerd, já deve estar pensando que isso é uma simples referência ao engraçadíssimo Guia do Mochileiro das galáxias. Só que não é só isso. Se você já trabalhou com suporte, ou de algum outro modo ajudando as pessoas a aprenderem coisas novas, talvez já esteja vendo além da obviedade.

A questão é que a precisão ao formular uma pergunta é diretamente proporcional à qualidade da resposta. Se você perguntar, por exemplo, “Eu quero aprender tudo sobre Adobe Page Maker” você vai obter uma resposta muito vaga. Se, ao invés disso, você pergunta “quero saber como diminuir, no Page Maker, o tamanho das bordas da página e da separação entre colunas”, é bem mais provável que você aprenda bem mais rapidamente o que você precisa, e você sempre pode fazer outras perguntas em outros momentos. Assim, uma das coisas que é comum ocorrer quando você está lidando com alguém que está aprendendo, é a resposta ser respondida com outras perguntas, até que a pessoa mais experiente consiga entender o que você realmente precisa.

Por outro lado, eu entendo que há situações em que uma pessoa se sinta tão perdida que seja difícil formular uma pergunta. Minha estratégia é: Se eu não consegui formular uma boa pergunta, sinal de que ainda não é hora de perguntar. Outra estratégia possível é não perguntar “na lata”, mas, na formulação da pergunta, explicar um pouco do motivo pelo qual você precisa de ajuda por isso. Ao invés de simplesmente perguntar “como faço isso?”, você pode perguntar “eu tenho ferramentas A e B e gostaria de fazer tal coisa. Qual é o melhor método para fazer isso?”

Embora minha motivação para postar essas linhas tenha sido de perguntas bem práticas que as pessoas fazem na internet (acabei de ver uma em um fórum de scrap que teria sido respondida bem mais rapidamente se a pessoa tivesse se explicado um pouquinho melhor), é curioso notar que isso também vale para quando você  joga um oráculo. Se você tem uma pergunta genérica, é bem provável que você não saiba exatamente ao que se refere a carta/hexagrama/voo de pássaro/whatever que você está usando para divinar. Com uma pergunta específica, o seu oráculo se referirá especificamente ao assunto.

Eu acho que formular uma boa pergunta é um esforço muito recompensador, principalmente para quem costuma ver muitas falhas de comunicação acontecerem ao redor. Por isso, esse é o meu conselho: Antes de procurar uma resposta, encontre uma pergunta.

Selinho